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Biocombustível será produzido pela primeira indústria por meio de parceria, além de estar também no horizonte da Petrobras
A produção nacional em escala industrial do chamado diesel verde está em adiantado processo de desenvolvimento. Utilizado em países da Europa e nos Estados Unidos, esse produto faz parte da segunda geração de biocombustíveis. É o resultado de aprimoramentos tecnológicos necessários para acompanhar as novas tecnologias veiculares, que requerem um combustível de melhor qualidade, com alta estabilidade e teores mínimos de contaminantes.
Trata-se, portanto, de um produto bom para os veículos e bom para o meio ambiente. Recentemente, uma das maiores produtoras de óleo de palma do país, a Brasil Biofuels (BBF) firmou parceria com a distribuidora Vibra Energia, resultando na primeira indústria de diesel verde do país. O investimento da BBF na construção alcançará R$ 1,8 bilhão.
“A principal vantagem do diesel verde é sua eficiência para solucionar o desafio da redução de emissões de gases poluentes, uma vez que reduz até 90% das emissões de gases de efeito estufa em relação ao diesel fóssil”, divulgaram as empresas.
“Adicionalmente, não se faz necessária qualquer adaptação nos motores diesel para seu consumo, podendo ser utilizado puro ou misturado ao diesel fóssil. Trata-se de um produto praticamente isento de contaminantes, com elevada estabilidade, o que garante menos problemas no armazenamento e uso em motores diesel.”
A unidade da BBF será construída na Zona Franca de Manaus e terá capacidade para produzir inicialmente 500 milhões de litros de diesel verde por ano, o que representa 2% da demanda atual da Vibra para vendas em todo o país. A expectativa é que a fábrica entre em operação em 2025.
Hoje, o diesel verde não é vendido nos postos nem comercializado em grande escala para indústrias, mas há um interesse crescente pelo produto por parte de companhias que estão buscando “descarbonizar” suas cadeias, diz Marcelo Bragança, diretor executivo de Operações, Logística e Sourcing da Vibra Energia.
A Petrobras é outra empresa que tem empenhado esforços para a produção do diesel verde (também conhecido como HVO, sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado, ou Hydrotreated Vegetable Oil).
A Petrobras fez os primeiros testes em escala industrial na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, em julho de 2020. Foram processados dois milhões de litros de óleo de soja, que resultaram na produção de cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel com conteúdo renovável.
Os testes da Petrobras foram utilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para ajudar a formular a regulamentação necessária para que o produto entre em produção comercial. A regulamentação foi publicada em maio do ano passado.
Controvérsia
No meio desse contexto, existe, contudo, uma batalha no setor opondo produtores de óleos vegetais e o governo federal. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) se levantou contra a proposta do governo federal de aprovar o uso do chamado “diesel verde” na mistura de biodiesel.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) havia decidido criar um grupo de trabalho para analisar a incorporação de novas alternativas renováveis ao óleo diesel no mercado brasileiro. A questão é de interesse da Petrobras, que pretende vender um novo Diesel RX, feito a partir da tecnologia H-Bio, como “diesel verde”. No entanto, para a Abiove, o combustível que a Petrobras pretende produzir é um diesel eminentemente fóssil, com uma pequena fração de composição renovável. Caso seja vendido como “diesel verde”, os produtores de biodiesel temem que a petroleira prejudique o mercado de biocombustíveis no Brasil.
Paralelamente a isso, o presidente Jair Bolsonaro aprovou resolução do CNPE em dezembro passado que estabelece o teor de mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel fóssil em 10% para o ano de 2022.
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Com informações da www.biodieselbr.com.