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Biocombustível com óleos vegetais: o que é preciso saber

30/11/2021

Fonte alternativa de combustível também tem pontos negativos, que envolvem transporte e qualidade

O desenvolvimento de fontes alternativas de combustíveis vem ganhando relevância nas últimas décadas diante do fato de que recursos não renováveis, como o petróleo, estarem com os dias contados. Aliado a isso, encontrar fontes de energia menos poluentes, ou até com emissão zero de gases, como o CO², tem sido tarefa contínua de grandes companhias e de governos na busca por alternativas ambientalmente corretas e sustentáveis.

Um que ganha destaque sobretudo para o abastecimento de veículos é o biocombustível a partir de óleo vegetal. Em estado natural é menos conhecido como combustível, mas seu uso está se intensificando nos motores a diesel, desenvolvidos ou convertidos para esse fim.

Trata-se de um produto regenerativo, neutro quanto à emissão de CO² e livre de enxofre, metais pesados e radioatividade. Além disso, o óleo vegetal é um combustível abundante e renovável. Pode ser obtido através de diversas plantas oleaginosas como sementes como dendê, macaúba, babaçu, tucum, coco, juriti, castanha, macadâmia, pinhão, amendoim, soja, canola, girassol, algodão, linhaça, gergelim entre outras.

Contudo, o biocombustível de óleo vegetal possui alguns pontos negativos, sobretudo no que se refere à qualidade e aos cuidados que se devem ter no transporte.

O diretor técnico da Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores), Henry Joseph Júnior, alerta para o fato de o biodiesel com alto teor de óleo vegetal, acima de 10%, por exemplo, pode causar problemas nos motores de veículos. No Brasil muitas vezes o óleo vegetal é misturado ao diesel. 

Segundo ele, o acúmulo ainda maior de depósitos (a chamada borra) por causa do óleo vegetal nos motores e no tanque de combustível é sério inimigo dos bicos injetores e de carburadores causando seu entupimento e consequentemente a perda de eficiência desses equipamentos. Outro componente prejudicado com a borra do óleo vegetal é o filtro de óleo.

“Uma solução para esse problema seria melhorar a qualidade na produção de modo a poder aumentar o teor da mistura no biodiesel”, destaca Joseph Júnior. Ele ressalta, porém, que a Anfavea apoia iniciativas com biocombustíveis como meio de reduzir a emissão de CO² no meio ambiente, embora aponte os pontos negativos no produto.

Regras novas

É importante destacar que só recentemente, em maio deste ano, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) publicou uma resolução que define especificações para o chamado “diesel verde”, produzido a partir do hidrotratamento de óleos vegetais, bem como gordura animal e ácidos graxos de biomassa, entre outros. Pela resolução, fica estabelecido por quais processos o combustível pode ser fabricado, definindo obrigações quanto ao controle de qualidade a serem atendidas para comercialização do produto no Brasil.

Outro ponto negativo do biocombustível de óleo vegetal apontado pelo diretor da Anfavea é o cuidado redobrado que se deve ter quanto ao transporte aos postos de distribuição, por exemplo. Se o produto for contaminado com água, pode oxidá-lo e proporcionar aumento ainda maior na formação de depósitos.